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NÃO AO PLÁGIO.

sábado, 30 de janeiro de 2010


Estou de novo cansado de acordar entre paredes e lençóis
A boca seca,
estomago vazio, uma fome que por si só me come
Devora meus poucos sentidos

Minha pele em brasa
O gosto forte de suor me despe o paladar pra coisas
Que imagino até na reza em que me descanso

Assisto as lembranças que deslocam alguns músculos
Anseio palavras que o vento sussurra em meu ouvido
Embriagando-me com o vinho pisado pelo próprio Dioniso
Disfarçando –me com o agudo som de gemido trepido
A beirar meu colo como se fosse o único

Então me lanço nesse vôo perpendicular
Rumo aos vários lugares que passeia
A minha mente fantasiosa.

Silas Samarky
30.01.10
02:36

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Luxúria


Quando senti que o vento mexia em meus cabelos
E o calafrio passeava a minha nuca sabia que era hora de deslizar
Sobre meu corpo os dedos daquela manha com garoa
Descobrindo todas as minhas faces, malicias e veneno

Pintando de vermelho todas as minhas curvas
Acariciando o ego que satisfaz minha luxúria
Sou todo silêncio de uma noite mal dormida
De sono desperdiçado por um prazer que vem de fora... da lua!

Dedico os meus minutos a deliciar a fronte
E um órgão proeminente a linha do meu corpo
Quase não me sinto só
Minha mente vagueia por lugares antes nunca sentidos
Fantasiando bocas
Satisfazendo-se com uma só mentira

Quão perto é minha excitação do céu
Pareço voar em asas voluptuosas
Indo de encontro ao centro da minha procura
A exatidão dos desejos que com um pagão aprendi

Quando chegar ao fim, quero acordar mais infinitas vezes
Com o mesmo pecado que me liberta.




Silas Samarky
27.01.10
17:40

Três Minutos Apenas


Se eu te disser por agora
Que o meu andar se repete
Como um badalo de relógio
Que marca apenas a sustentação do meu pé no ar
Enfatizando o meu amar em órbita
A minha condição a devoção de amores marginas
Já que o amor de fundo
Eu só ensaiei...
Ensaiei por 3 minutos apenas.



Silas Samarky
27.12.2009
02:06

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ócio


A beira da arvore ríspida vejo passar por mim um senhor de barba mal feita carregando consigo um relógio de prata que marcava as sete horas em que sorri.
Lembrei-me de sorrir mais uma vez... Deitado, sobrepondo minhas mãos nas curvas de um coração deixado na arvore.
Lembrei-me das arvores que plantei, nos corações que fiz e vi junto ao senhor uma nuvem cinza deitando sobre meu colo as gotas de lagrimas que perdi, então ficamos ali por horas: eu, a arvora, o senhor, a nuvem, e as lagrimas. Sem trocar uma palavra, o maximo, cruzar os olhares e as lembranças que respirávamos. Quanto então alguém falou: - lindas são as horas, seus minutos e segundos (Imagino que tenha sido o senhor pois ele as tinha na mão)!
Concordamos todos, balançando a cabeça, sem entender muito bem o comentário. Foi quando tive coragem e pedi a palavra com o levantar de uma sobrancelha, queria saber o que todos nós fazíamos ali, inertes, só a cultivar corações, tempo e emoções?
As lagrimas me fizeram uma pergunta: e você sabe o que faz aqui? Porque veio?
Então foi a primeira vez naquele dia em que pensei... Pensei e não vi resposta. Por onde será que anda? Com certeza, não por aqui!
E ai voltei a olhar para todos... Parados. A noite chegou, se juntou a nós e repetindo três vezes: - boa noite? O senhor saldou a noite.
Ah sim, sim. Claro. Disse a noite. Desculpe a distancia!
O senhor a respondeu com um sorriso de canto de boca, modesto, que já estávamos acostumados. Percebemos que à noite embora calada, continuava a caminhar, como se tivesse pressa para acompanhar o dia. A noite longe outra vez, percebe o senhor olhando para o relógio que chegara a hora de parti. Em desespero sem saber o que eu e aqueles senhores fazíamos ali, questionei pela segunda vez o nosso envolvimento, em quase coro me responderam: se souber porque está aqui entenderá porque também estamos.
Pensando pela segunda vez... Olhei bem para dentro de mim, lá onde nenhuma fresta de luz se alcança e descobrir que o senhor era o tempo voltando com as horas que desejei, trazendo as lágrimas que reneguei, plantando as arvores que já colhei e morram sem água e a noite em que fui feliz só a observar um olhar.



Silas Samarky
26/01/10
00:10