AVISO:
O uso não autorizado, e impróprio (ou não creditado) do material original retirado deste blog viola os termos e constitui contrafação - violação de direitos autorais - conforme a lei numero 9.110/98 - lei de direitos autorais.


NÃO AO PLÁGIO.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ócio


A beira da arvore ríspida vejo passar por mim um senhor de barba mal feita carregando consigo um relógio de prata que marcava as sete horas em que sorri.
Lembrei-me de sorrir mais uma vez... Deitado, sobrepondo minhas mãos nas curvas de um coração deixado na arvore.
Lembrei-me das arvores que plantei, nos corações que fiz e vi junto ao senhor uma nuvem cinza deitando sobre meu colo as gotas de lagrimas que perdi, então ficamos ali por horas: eu, a arvora, o senhor, a nuvem, e as lagrimas. Sem trocar uma palavra, o maximo, cruzar os olhares e as lembranças que respirávamos. Quanto então alguém falou: - lindas são as horas, seus minutos e segundos (Imagino que tenha sido o senhor pois ele as tinha na mão)!
Concordamos todos, balançando a cabeça, sem entender muito bem o comentário. Foi quando tive coragem e pedi a palavra com o levantar de uma sobrancelha, queria saber o que todos nós fazíamos ali, inertes, só a cultivar corações, tempo e emoções?
As lagrimas me fizeram uma pergunta: e você sabe o que faz aqui? Porque veio?
Então foi a primeira vez naquele dia em que pensei... Pensei e não vi resposta. Por onde será que anda? Com certeza, não por aqui!
E ai voltei a olhar para todos... Parados. A noite chegou, se juntou a nós e repetindo três vezes: - boa noite? O senhor saldou a noite.
Ah sim, sim. Claro. Disse a noite. Desculpe a distancia!
O senhor a respondeu com um sorriso de canto de boca, modesto, que já estávamos acostumados. Percebemos que à noite embora calada, continuava a caminhar, como se tivesse pressa para acompanhar o dia. A noite longe outra vez, percebe o senhor olhando para o relógio que chegara a hora de parti. Em desespero sem saber o que eu e aqueles senhores fazíamos ali, questionei pela segunda vez o nosso envolvimento, em quase coro me responderam: se souber porque está aqui entenderá porque também estamos.
Pensando pela segunda vez... Olhei bem para dentro de mim, lá onde nenhuma fresta de luz se alcança e descobrir que o senhor era o tempo voltando com as horas que desejei, trazendo as lágrimas que reneguei, plantando as arvores que já colhei e morram sem água e a noite em que fui feliz só a observar um olhar.



Silas Samarky
26/01/10
00:10

Nenhum comentário:

Postar um comentário