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NÃO AO PLÁGIO.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Garfo e Faca

Suspenso sobre meus próprios lábios
Podendo eu sofrer de fome, de sede, de lares, e mares, e dengos...
Afogar em desejos e desejo moradia
Eu como alimento da minha fome,
Como enfermidade da minha doença,
Como parede do infinito...
E como... é só isso que eu faço quando tenho fome... Como... Homem, como bicho, como feto
E afetação dos meus Anseios
Serei um fraco de quem me escoro o apetite
Ou um forte apenas faminto?
Estou longe de ser, apenas pareço, um homem... Nesta cidade, nas ruas, nesses carros, nas fumaças, nos lixos...
É por lá a inspiração de tudo que desejo
Por onde eu, sem ser, acabo me encontrando...
Tentando me encontrar
... Esse jogo já me deu fome.

Silas Samarky
16.12.2010
22:12

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ávido de Lua

E quando é noite?
Já me basta de sol escorrer na testa
Nem a flor, nem a pele aguentam mais
Rastejante de pés eu me defino
E me refino quando é lua...
...Quando é cheia

Minhas colinas já secas
Dês do meu peito até o meu mais baixo
...O meu mais baixo
E é ele que tem mais sede





Silas Samarky
25.11.2010
01:10

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Enquanto eu tiver perguntas no lugar das respostas
Inventarei...
...Acharei verdades
Que caibam numa total descrição de mim
Sou da cor do meu sangue
Tenho em mim todas fomes
Todas as sedes da terra
Sou de barro, de lama
Sou de ventre
Tenho pele...
Tenho perdas e ganhos
Coleciono feridas e faço pintura delas
Eu hospedo mascaras... E as divulgo, sendo a minha
Meu segredo é revelar
Minha fuga, é saber quem sou.

Silas Samarky
18.11.2010
00:08

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Se tudo que esperar da vida
Vier em medida de metade
Ainda assim ficarei protesto aquilo que não conheço
Minha presença é sólida
Meu dizer real
Não sou profano com minha existência
Nem faço parte de contos e prosas
Tudo a se crer acaba por mito
...E eu sou dito próprio.

Silas Samarky
08.11.2010
22:59

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Involução

Trago comigo as marcas de um personagem hostil
Carrego-o nos meus braços imaginado
...Perdi contudo a mim mesmo
Insisti no que já estava náufrago
Tentei reavivar os  meus sentidos
Enchegar a involução
Mas não sou aquilo que posso controlar
Tenho a mim todos os pesares... Pensares, te convém
Se não há nada que deves pensar
Então joga-te...
Atira-te para dentro e não sairás
Se é o que procuras, vá em frente
Só que dessa vez não sou eu que vou estar para abrir a porta
Vai rever aquele rosto, por quem derramou algumas lagrimas

Silas Samarky
03.11.2010
15:37

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sou Feito de Mar

Eu sou o mar
Um mar
Aquele mar onde fonte alguma soube brotar
O mar dos meus olhos... Águas doce
Mar que a tua sede secou
Mar que jamais soube o que é ser mar
Mas eu sou o mar
Sou o sossego dos dias minguantes
Sou mar daquilo que quero ser mar
Não dos pedintes
Para esses... Rios

Silas Samarky
01/11/2010
13:42

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Coisas Tão Minhas

Eu não devia pensar na fuga
Como resumo dessa história
Nem mesmo na morte como fim dela
Nada acaba, assim como não existe meio
Se sonhasse
Perderia o controle de tudo
Então sairia daqui sem saber quem sou
Eu,
Sem ter nada de meu
Nu, como no começo...
O começo sim é algo de que me lembro
Tinha dias em que brincava de ser você
Usava aquele mesmo sorriso em que chegava e as mesmas promessas em que partia
Ou então as palavras condecoradas de dia seguinte
Ao menos se meu peito não tivesse memória
Deixaria de lado uma parte desse pedaço
Mas perder o caminho já faz parte de mim
Por mais você que quisesse parecer, existem coisas minhas, que são tão minhas a ponto de não serem suas.

Silas Samarky
28.10.2010
19:34

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Coisinha

Tomei conta da minha não existência...
O mundo que guia o meu redor
Perde-se a todas as voltas
E em cada uma delas uma coisinha me reinventa, me soma e me some
Ser não é questão de inteligência
Só eu saberei dizer o quanto falhei... o quanto não fui ou o quando fui demais
Mesmo que não me conheça a fronte, nem a face
Eu quis sair de tudo, deixar fora
Não foi me subestimando
Foi para não me fazer sofrer tentando ser ou sendo

Silas Samarky
19.10.2010
22:21

terça-feira, 5 de outubro de 2010

E tudo Volta a acontecer...

Em tanto o tempo de graça
Me espia de reles lembranças
Me diz coisas tão pequenas
E eu como criança das minhas mentiras
Apego-te em meu verde sabor de ingenuidade
E então faz-me coitado das tuas bobagens
Que das minhas não abro mão
Sente colar sobre teus ombros o ócio do meu abraço

De mim contarei sorrisos
...Largos, Largos


Silas Samarky
05.10.2010
02:46

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Momento Meu

Essa é a vida
Que nos empresta o amor
E faz por um momento acreditar que nos pertence
E em outro momento, sempre aquele que não esperamos
Gritando nos toma tudo
Gélida... Com sorriso de canto
O mesmo canto que acalentamos as magoas que escorre dos olhos
Por onde passeio hora ou outra
Remoldurando tudo aquilo que em desgaste amei
E então guardo silêncio
Guardo a ferida
Construo mais uma parede
E vai ficando cada vez mais escuro
A distância é bem maior contida

Não te peço que me sigas... Mas que me deixe caminhar em paz!

Silas Samarky
01/10/10
12:58

sábado, 25 de setembro de 2010

Epiderme

Sou o elo do meu chão e do meu céu
Sou aquilo que movimento, aquilo a espelhar
Sou dono das incertezas que disfarço
Perpétuo por entre mim as provas da distração
Tenho medo do que sinto, de quem sou
Onde cheguei... É perigoso voltar
Mas não sei como faço para ir embora
Dentre tantas coisas que sou... Sou amor
Não sei negar.
 
Silas Samarky
25.09.2010
11:37

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Queres

A cabeça tonta...
E quanto mais falo sobre as viagens todas
Estendes naquele que pensas ser eu
As mãos vazias, esbranquiçadas
Não tenho lá muitas rugas, muitos esquecimentos
Mas os anos que colecionei me deram as mãos cor
Preencheram de mim a mim sem respaldo de mentira ou enganação
De troco me deixaram livre, vil, errante
De modo que não precise das tuas mãos opacas, trêmulas, inseguras
O que preciso se bem sabe
É do pulsar do teu sangue,
Da maneira doce, dos teus dias comuns,
Dos teus olhos-mel simples, me olhando em movimento
E me fazendo companhia ao pôr-do-sol

Silas Samarky
15.09.2010
00:25

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Filho da Lua

E de noite
Preso a tuas pegadas
Vou resgatando as vezes em que contigo dormi
De olhos abertos vejo por mim um velho cansaço
E ai então quando pego no sono
Você reaparece para afirmar o quando sou fraco
Só dependo do meu corpo e não do teu
Sou aquilo que de mim acontece
Sou a viga mais ferina e mais doce
Sou filho da lua, ainda que pelo avesso
Ainda que descalço me machuque
E... Se nessas noites arrancares de mim tua presença
Continuarei dormindo sentido a presença de quem vem

Silas Samarky
03.09.2010
01:49

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Enluarado

Sinto o perfume das noites de lua cheia
Perdura sobre minhas paredes a malícia das horas
À noite me deixa tonto, ávido...
Suspenso pela transparente descoberta
Descobrir é um jogo reticente... De regras claras
Escuro só a noite
Uma ausência perfeita de luz
Enxerga-se até onde se permite
Permite-se o que não ver
... Abraços afetuosos
... Beijos sonhados
... Caricias enluaradas
De modo que perdes, e queres
Que ganhas e ganhas uma parte da lua... Mistério
O mar como companhia deitado sobre as marolas
Rebenta meu peito
Brandinho vou cantar teu sono, tua história e teu amor com o mar.


Silas Samarky
27.08.2010
12:23

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Só Você

Estou preso a um tempo
Onde os segredos fazem falta
Onde as noites pintadas de sol me queimam a confiança
Pedindo a sorte um presente
Por que de passado não me alimento mais
O meu paladar já não suporta o gosto das promessas impulsivas

Sede então um porto, no cais da esperança
Sede aquele de quem durmo pelo vento das asas
Sede a água dos meus banhos de luar
Diante a estreita linha do recomeço...
Da parábola acesa dos meus desejos

Apropria-te do que de mim é teu
Renega o mal querer, porque de mim não haverá receios
Não te darei a falta da persistência
Nem falarei de outro amor se não você


Silas Samarky
09.08.2010
00:41

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ávido de Mar

... O resto é aquilo que amei
Amei... Com tanta força
Que desejei ser diferente
Embora o lamento fizesse parte da outra metade... Eu
A mim, foi pedido de tempo
Perdido meu tempo
Brincando de amor platônico
Dentro... Estou fugido
Amedrontado... Menino redil
Imaginando ter um universo fictício
Para onde tento me transportar

Recorto o amor que perdi
Pareço um estúpido de costas vermelhas
...Estou marcado

Tão longe do mar

Silas Samarky
05.08.2010
22:03

sábado, 31 de julho de 2010

A caminhada

Lento
Caminho cauteloso
Por ruas que me alimentam a saudade
Arriscando ao acaso a sombra pálida a que me protejo
Os passos sonhados são os perigos de qualquer razão
Me escuro na desordem do tempo
Nas portas encontro as faces plantadas e aguadas por estranhos pedintes
Aonde também de balde na mão vou seguindo
...As canções das quais me reinvento
São colheitas dessas águas


Silas Samarky
31.07.2010
00:22

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vão

Após vasculhar meus bolsos
Descobri uma poeira só minha
Fui à busca da falta infinita
E ela estava lá
Esquecida... Talvez nunca lembrada
Ou talvez somente vivida
Quanto às coisas penduradas
São ornamentos que dão sentido as minhas lembranças
...Estão mesmo ali para serem lembradas
Ou fazem parte da parte que não é nada?
Os tabacos que escondi de mim mesmo
Servem para não alimentar meu vicio... Que é amar
Dói finitamente... e isto já trago no bolso
Quero algo novo, algo que não se compra... Muito menos se conquista
Algo que se liberta
Se deixa levar... Voa-se junto

Silas Samarky
28.07.2010
00:12

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Vamos ser

É de achar graça, como o ser humano deixa passar chances de felicidade
Numa burrice plena
E o que me comove é que sabem disso
Mas o medo os impedem de continuar
Esse medo que os transformam em pessoas multáveis
Complexas
As amarras são couraças
As mesmas que usamos quando temos frio
Acredito ser ofensivo, não precisa temer ao que sinto... ao que sentes
Deixa de lado os pensamentos
As proteções
Deixa ao meu lado o medo, posso cuidar pra você
Vamos ser animais sem razão... Com todo sentimento do mundo

Enlouqueça ao meu lado
Prometo contar histórias pra você dormir

(ao maior cego e surdo que conheço)

Silas Samarky
21.07.2010
12:32

domingo, 18 de julho de 2010

Preciso Dizer Que Te Amo

Então
Sou só eu outra vez
Eu, comigo
E o oceano dos meus olhos
Eu de saliva seca
Peito apertado
Eu sem amor... isso que nos parece deixar mais próximos de Deus

...E a possível nova estrada

Lembrando em cada riso teu as imagens pintadas de felicidade...
E do nada vem uma força e rabisca tudo
Acaba com o trabalho que de tão simples é frágil
Mas o que tenho a te dar
É a simplicidade do belo
É o simples olhar
É a simples minha maneira de dizer: - Te Amo

Silas Samarky
18.07.2010
23:16

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Confuso

Ainda estou perdido
Pretendo ser
Mas também se não der pra ser
Sinto muito
E se ainda não sentir... perdoe-me
Sou humano
Disso tenho plena certeza
Mas também é só disso

Estou distante de chegar
Almejo joelhos a rezar por mim
Preciso de mais
Um terço não me adianta
Não são nem dois passos
Preciso andar como minhas pernas
Ainda que não saia daqui

Quero mostrar que ainda estou nu
Ainda prefiro a transparência
A palidez da loucura
Sinto-me melhor assim.

Silas Samarky
15.07.2010
19:18

As Palavras

A descoberta de um caminho,
É apenas uma alternativa
O ponto,
Não é o limite
A sombra,
É sobretudo você mesmo

Entendo que antes fomos rabisco
Sem tinta,
Sem papel...
De estética dúbia
De dúbias maneiras

Não sou obra do acaso
Quem me escreveu
Sabe como fazer
Até mesmo antes e melhor que eu

Então dou-te as palavras
Essas que saem da minha pele
Essas que me diferenciam dos outros bichos
Com essas mesmas palavras
Que me criaram e criaram o que posso sentir
Que saberás o porquê eu vivo e como vivo.

Silas Samarky
15.07.2010
18:37

terça-feira, 13 de julho de 2010

O Corredor

Duas mãos encontram-se... Na procura do conhecimento
Tremulas, reagem ao que sai de dentro
Algumas palavras são ditas na tentativa de camuflar as sensações
Alimentados pelo sentir... Pintam suas peles
Fragmentando os adornos do lugar
Múltiplos segredos ao ouvido... Fuga perfeita

Paralelo a isso morria-se o mundo

Deita-te sobre meus olhos de ressaca
Ou sobre a minha coxa de mansidão
Deseja o meu peito pássaro... Eu te dou
Seu sorriso não basta

Ouve-se de fundo uma voz eloquente
E dois corpos que se dialogam na mais sincera harmonia... Tudo azul
O mar se estendia diante o corredor

Silas Samarky
13/07/2010
18:53

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bacante

De tudo fica apenas a vontade...

O desejo

Não é culpa minha

Recebi fácil dos Deuses

Sempre o tive

Independente de qualquer caixa

É o que eu sou de fundo

As qualidades que recebi

Resumem-se a mim mesmo

Pleno ainda que mortal

Narciso?

Não... Pandora!

Dioniso.

Silas Samarky
08.07.2010
12:15

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Contigo

Pra onde você for me leve
Não me importa
Quantas ruas terei que andar

Seguirei a felicidade ao teu lado
Batendo em portas
Ou batido por elas
Em mim só terá um gosto
O gosto suave dos teus olhos
Me guiando na tua estrada
Onde as pedras são pó
e as paredes, força
Tudo em mim é desejo
Vontade de continuar
Peregrinando a tua companhia
Aqui onde me sorri teu amor

Silas Samarky
01.07.2010
02:31

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Em

Tempo perdido
e
forma sem texto
parada fria
pausa dramática
não poética
pedra
de
couraça
campo minado
sem cor ou perfume
saído
recém chegado
em
partir daqui
culpa
sem desculpa
ou
palavrões.

Silas Samarky
30.06.2010
02:03

Uma pose

É uma pose...
de quem acredita na lente
a forma de ver a vida é demasiada poética para ser ilegal
acreditar nos fundos... Em mim deve haver um
e porque também não nos outros
os flashs são insuficiente para iluminar qualquer porão
as escoriações cíclicas de um recomeço
dói a ponto de não começarmos e sim recomeçarmos
pulamos iguais a essa, outras etapas...
filhos de tempo marcado
ganhei uma ruga de sono
só por está a esse momento escrevendo
sei que os "homens" ão de concorda
embora não necessite
diante as fábulas contadas
e histórias muito bem amarradas pelos próprios "homens”
mas... É uma pose
só uma pose
que dura a nossa estupidez

Silas Samarky
30.06.2010
01:25

terça-feira, 22 de junho de 2010

Coberto

Descansado sobre a tua sombra
por onde me acham os pensamentos... sempre eles
me inebriam as locações de sentido
não percebo o toque nem as lamurias de infelicidade
arrebento-me sobre teu mar de pétalas morenas
não sinto dor sequer
o máximo que sinto é o vento
percorrer as minhas roupas
cobrindo-me com mais uma camada de tédio
então em braço gelo há sempre um ator e um espectador de mim mesmo
... e um vão de pele que me serve de escada...

Silas Samarky
26/06/2010
02:45

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Peter Pan

O tempo caminha ininterruptamente
vejo-o passando da janela
Não posso fazer muita coisa
O que posso venho fazendo.
Com ele se vão, à infância, a adolescência...
Hoje sou adulto... O que não significa ser grande, saber tudo
Na verdade sou muito mais criança,
Muito mais
Mas até a noite

Porque quando deito na cama
Tenho de ser adulto.

Silas Samarky
04.06.2010
11:33

domingo, 30 de maio de 2010

Com mãos calejadas de maus pensamentos
Tive direito de permanecer calado
Não ousei se quer abrir os olhos
Finquei as mãos no bolso suadas e tremulas
Esperei os passos... e eles não vinheram
Então pensei em tudo que foi dito, vivido, negado
Tudo que um dia foi tudo
E que hoje se resume a mãos suadas
Por que não foi?
É fácil sair porta a fora como se não tivesse vivido nada lá dentro
E mais fácil ainda é admitir que não viveu
Afasta de mim teus olhos, meu maior pecado, vicio do qual não tenho remédio
Tira de mim a mania de te amar
E o gosto forte da tua boca
Ainda respinga sobre a minha força o suor da ultima luta
Sinto o peso da derrota, uma derrota em que perdemos juntos
As armaduras desabam uma a uma
Não me resta nem apanha-las
Estou no chão junto a elas
Cercado de maus pensamentos e mãos vazias

Silas Samarky
19.06.2010
20:01

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Menino de Lata

Quando você chegou junto as minhas ferrugens
sentir meu corpo ranger
fazia um som estranho
mas não tive medo
deitei então sobre a reza
soltei ao universo meu peito
deixei voar... Esperando que volte
trazendo uma plumagem, um canto, ou teu peito
lá onde quero morar.


Silas Samarky
28.05.2010
15:44

domingo, 16 de maio de 2010

A Caixa

Além de enfrentar o infinito
Tentarei alinhavar minhas lembranças para que não se percam
Antes que eu possa lembrá-las
Pretendo também largar ao passado chuvas e nuvens que ameaçaram cair
Depois de mim há sempre uma porta
Por onde passam os meus
Talhando a trilha do esquecimento
Fazendo parte de um mundo que ainda tenho medo de ir
Então fico ali...
Bem ali onde me deixaram
Por que se voltarem é ali que vão me procurar
Por que no fundo da caixa restou ainda a esperança

Silas Samarky
16.05.2010
14:44

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Inércia

Estou a beira do penhasco
Arriscando minha alma
Perdendo o controle
Admirando a paisagem
Querendo pular

Sei como morrer
Já estou morto
Respiro resto de vida
Subdivido a minha existência em comodismo e derrotas
Sofrendo por antecipação
Com toda razão
Pois sofrerei de todo jeito

...Quanta Pretensão

Naquele penhasco
Refletindo sobre o que já fiz
Percebo que não fiz muito
Só o suficiente para me arrepender por ter feito
E pelo que não fiz é que estou morto

Silas Samarky
03.05.2010
12:59

terça-feira, 27 de abril de 2010

Há sempre portas a beira do riacho
Embora não possamos vê-las ou tocá-las... elas estão lá
Não saíram até que possam ser abertas
E reveladas

Sentemos nossas farsas perto da fogueira
Talvez assim o clímax dialogue com os personagens
E nos façam acreditar nas nossas própria inverdades

Sejamos porcos...
Mas gritemos na hora do nosso abate
Choremos lágrimas superficiais
Para cobrir nosso corpo inutilizável

Perdemos o controle
Até da TV
Procuremos nos distrair com a garganta cortada dos músicos
Ou os que usam a voz além deles

Satisfeitos
Lambemos os dedos
Saboreando a porcaria que cozinhamos todos os dias na panela do social


Silas Samarky
27.04.2010
00:37

domingo, 25 de abril de 2010

Menina da Flor no Cabelo


As estreitas mechas da ilusão
Me divina uma macia nuvem de admiração
Soltando pelo peito fumaças de amor
Tudo nela me embriaga, me deixa apaixonado
A flor dependurada em seus dourados cabelos
Me tiram a lascívia de homem
Desejo ser menino, incoerente e ensinável
Bobo observo o vento balançar seus cachos Obrigando-me a me declarar com sorrisos
Perco a compostura diante os meigos olhares,
Das bestas palavras e da maneira com que me esnoba
O cheiro da flor magicaliza sentimentos

Não sei de onde vem
Só sei que sinto
E me apaixonei

Silas Samarky
25.04.2010
11:08

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Andarilhos

Sigo na inércia de consciência
Perplexo com o canto dos andarilhos
Que passam por mim errantes, silenciosamente
Andam firmes, não buscam rocha ou segurança
Por isso me parecem inalcançáveis
Me sinto criança banhado a inexperiência e fugacidade
Estéreo de força
Cirandeio todos os vagos pensamentos... que são maioria
Me tomam a perspectiva de rumo
...Não sei se os acompanho ou fico seguro
O eco das passadas soam a mim mesmo devolvido
Como pano de fundo o calor tempestuoso da noite
Nicho, estátua, ferro regresso
Dependurado nas flácidas emoções
Cuja boca respinga altivez
Já faz um tempo que eu vos queria contar um sonho
Mas acho que o esqueci
O tempo não é implacável só a vocês
A mim não tão menos, mata a ilusão
Por onde me estendia o rosto suave do amor... De um único amor

Silas Samarky
22.04.2010
01:51

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Passado......................... Por Prit Santos

Não olhe para trás
Nem se lamente
Você fez tudo consciente
Segue teu caminho

A ilusão te enganou não foi?
Achou mesmo que o amor
Estivesse a sua disposição?

Que engano meu caro...
O amor é tão raro,
Uma dádiva!

Lamentável o seu feito...
Plantou lamento e dor
Pensou apenas em seu viver...
E... O que pretendias colher?

Não olhe para trás
Agora é tarde demais

Segue teu caminho
Que o meu já tá em paz...

Por Prit Santos

Obs: obrigado amiga! TE AMO!!!

Passa(do)....................Resposta

E agora?
Olhei para trás
Enxerguei o que a tempos não via mais...

Caricias plantadas a um corpo gélido
Amante da dor
Se não for muito pedir
Espero não ouvir tua voz
Espero calar a nós numa ligeira lágrima

É... colhi magoa
Depois de tudo que plantei...

De vez em vez perco-me
De vez em vez acho-me pensando em ti

Foram tantas as ilusões que colhi...

Meu erro foi pensar que o amor
Estava a minha disposição
Sem ver que a mira de um canhão estava eu
Tolice achar que o amor me amava

Difícil não olhar para trás
Quando se espera mais da vida
Fadiga o pescoço

Seguir meu caminho
Só será possível
Quando o passado deixar de plantar...

Silas Samarky
04.05.08
22:12